A CHUVA ME ENCANTA

Outra de Eri, muito linda


Já era tarde a noite e quando o sono se preparava para me pegar, a chuva bate forte lá fora, pipocando nos telhados, fazendo sua festa em plena madrugada. Não resisti!
Dificilmente eu resisto ao convite da chuva. Ponho os chinelos nos pés e me posto na janela da cozinha e fico ali... namorando a chuva que caía qual um véu por entre o claro das luzes e por sobre os magestosos eucaliptos.

E eu fico assim... olho para o mais alto que meus olhos alcançam como se quisesse buscar qual pedaço de nuvem está a chorar ou, quem sabe, a partilhar o seu rio de lágrimas... e olho para baixo, o mais que posso, como se a querer saber que buraquinho na terra está a beber ou que montinho de grama está a se refrescar. Onde a chuva cai, quero saber.

Esgueiro-me por sobre a janela e meu olhar tudo percorre, as plantas, os matinhos, a terra, as calçadas, as ruas e me ponho feliz a sorrir, um sinal claro de que já não só vejo, mas em mim tudo é sentir.

A chuva me encanta, me fascina. Penetra fundo o meu ser, minhas entranhas, me produz
coisas lindas e estranhas, me revigora, me anima. Sinto a molhar-me por dentro, a refrescar-me o corpo, a limpar-me a alma e neste feliz ante-goso, volto prá cama e adormeço leve e calma.

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